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Nenhuma fronteira, nenhuma nação. Não ao CONEX15!

Uma chamada contra a militarização de nossas vidas.

nobordernonationnoconnex_plakatUm exercício militar federal, conhecido como CONEX15, terá lugar de 16 a 25 de setembro de 2015 em Basileia, no noroeste da Suíça. Durante este exercício, em alguns pontos nevrálgicos da cidade, como a estação, fronteiras ou o porto, se executará um controle militar real. O cenário em que se baseiam estas manobras é o de uma situação de um pós-crash da Europa no qual a Suíça, única ilha que impediu a crise global, deve se proteger contra todos e todas, especialmente contra os imigrantes e os/as inimigos/as interno/as.

Venha em setembro para Basileia e participe da ação!

Nos auto-organizando, executando ações, pouco importa onde e como, contra aqueles que enriquecem pelas expulsões e aprisionamentos, contra as instituições e empresas que constroem a Fortaleza Europa, que colaboram com os exércitos, etc.

Na sexta-feira, 18 de setembro, no contexto da resistência contra este exercício militar, há de se realizar a manifestação “Não às fronteiras, Não às Nações – Não ao CONEX“, com a concentração às 19 horas em Claraplatz (Basileia).

A seguir a chamada para a manifestação:

Nem fronteiras, nem as nações. Sabotemos o CONEX15

As manobras das tropas do exército suíço “CONEX15″, de 16 a 25 de setembro, no noroeste da Suíça, descrevem um cenário de ameaça desta forma:

“Numa Europa fictícia do futuro, com terras e fronteiras diversas, domina a crise econômica. As consequências também afetam a Suíça: redução das reservas, comércio clandestino, organizações criminosas. Os grandes centros equipados com óleo, gás e grãos se tornam alvos de sabotagem e saques. Além disso, as tensões étnicas levam ao aumento dos fluxos de refugiados à Suíça.”

Na Europa de hoje, a crise econômica empurra um número crescente de pessoas para a pobreza e as necessidades mais básicas da vida não podem ser atendidas de imediato. Para milhões de pessoas, existe apenas uma realidade: as carteiras vazias e batalhas quotidianas para manter-se de uma maneira ou outra a cabeça fora da água.

Na Europa de hoje, bem como na Suíça, as fronteiras já estão militarizadas. Imigrantes, fugindo da guerra, da opressão e da pobreza para tentar encontrar uma vida melhor na Europa, devem fazer frente aos sistemas de proteção de fronteiras, percebendo a estrada isolada por aviões, drones, navios e vigilância por satélites. Tudo é ainda mais grotesco, quando tão logo se percebe a maneira em que os Estados europeus estão envolvidos na exploração e a “desestabilização” de outros países.

O que espera essas pessoas que conseguem superar a entrada perigosa são os Lager (centros de detenções) e prisões da Europa da democracia: uma vida sob controle e vigilância, à mercê das engrenagens das leis de asilo e expostos à ameaça contínua de mais uma vez serem expulsos.

Ao mesmo tempo, a lei do lucro golpeia essas pessoas que são exploradas como mão de obra barata ou privadas da capacidade de autodeterminarem suas vidas.

Também na Suíça um grande número de empresas tais como, por exemplo, ORS, SECURITAS, etc., lucram com a gestão dos centros de detenção, o controle de imigrantes, etc…

As perguntas, os cenários colocados nos quais se espera obter as respostas dentro do quadro deste exercício militar, são, segundo nós, os interrogantes dos governantes e daqueles que detêm o poder neste sistema capitalista e/ou que trabalham para a sua permanência: é entregar as perguntas sobre a forma de como manter posições sociais e políticas do poder no mundo e a vontade de garantir os rendimentos de capitais; a maneira de convencer as pessoas a serem exploradas cada vez mais; o modo de como evitar os imigrantes venham para a Europa e Suíça; e, finalmente, o modo de como silenciar quem luta contra isso ou anseia única e simplesmente a autoemancipação.

Suas respostas são sempre as mesmas: reforço das leis, o desenvolvimento do aparato repressivo com seus capangas e suas prisões e, quando necessário, o uso do exército.

As manobras militares CONEX15 são uma visão geral das estratégias e objetivos dos que dominam, e é um exemplo de como respondem às suas perguntas.

Além disso, se trata de saber qual o efeito psicológico de tais manobras sobre a população: foi invocada como se a ameaça viesse de “fora” e ao mesmo tempo estudada como “devemos defender a democracia e sua economia”. A militarização e repressão poderiam então ser legitimadas: as pessoas devem se acostumar à presença de soldados na rua e ao fato de que as pessoas sejam detidas em campos de concentração.

Nós não pedimos uma democracia mais direta ou um capitalismo mais justo. Porque a democracia é apenas uma forma de governo que serve para controlar, gerenciar pessoas no sistema capitalista, para desencorajar o pensamento individual e atuar enquanto estamos enganados pela cogestão. A Democracia, o estado-nação, o capitalismo, seguem a mesma lógica: servilismo e controle das pessoas. Continuando com essa lógica, as fronteiras, os campos de concentração, prisões e as expulsões continuarão a existir…

Não temos nenhuma resposta sobre estas questões no interior desta ordem social e deste sistema. Nossa única resposta é a raiva contra esse mundo com seus muros e suas fronteiras e nossa solidariedade para com todos aqueles que desaparecem nos campos de concentração e prisões deste sistema, que não prevê um lugar para eles.

Por um mundo sem fronteiras e nações!

Por um mundo sem Lager ou prisões!

Bloquear e sabotar o CONEX15 e o regime migratório em seu conjunto!